Silicea
Reino: Mineral
Classificação: Policrestos
Principais campos de ação: pele geral, ossos, constipação, abscessos, corpo estranho, cabeça
A Silicea, conhecida quimicamente como dióxido de silício (SiO₂), é um composto inorgânico amplamente presente na natureza, principalmente na forma de quartzo e areia. Possui estrutura cristalina, fria, firme e rígida.
Na construção civil, é utilizada na fabricação de cimento, concreto e vidro, proporcionando durabilidade e resistência estrutural. Na eletrônica, emprega-se na produção de semicondutores e componentes eletrônicos devido à sua pureza e propriedades isolantes. Nos cosméticos, atua como abrasivo suave em esfoliantes e como agente antiaglomerante em pós, melhorando a textura e a estabilidade dos produtos.

Pontos Principais
- Falta de confiança e insegurança: Silicea caracteriza-se por uma profunda falta de confiança em si mesma, o que leva a uma sensação de inadequação e baixa auto-estima. Essa insegurança manifesta-se como timidez, submissão e docilidade. Há um temor constante de fracasso e uma ansiedade intensa em relação ao futuro, que impede Silicea de assumir decisões ou empreender atividades, gerando remorso e autocensura. Esse estado reflete uma vulnerabilidade que Kent compara ao suporte que Silicea oferece ao talo do cereal, simbolizando a falta de firmeza mental e emocional.
- Rejeição ao consolo e sensibilidade emocional: Silicea não tolera ser consolada, pois isso intensifica seu sentimento de inferioridade. O consolo provoca irritação e choro. A contradição também é insuportável, desencadeando irritabilidade, impaciência e mau humor. Essa sensibilidade é frequentemente exacerbada após o coito, e crianças associadas a Silicea podem reagir com teimosia, cólera ou choro ao serem abordadas suavemente.
- Obsessão com objetos pontiagudos: uma característica peculiar de Silicea é a obsessão com objetos pontiagudos, como alfinetes e agulhas. Essas obsessões podem ser a nível do medo (a criança teme tomar injeções) ou ainda sonhos com objetos pontiagudos. No delírio, Silicea conta ou procura alfinetes obsessivamente. Em alguns casos, evita comer peixe por medo de engolir espinhas. No estudo psicodinâmico de Silicea percebemos como a ponta se relaciona a essa insegurança (se as pessoas “apontam” para ela por meio de críticas, etc).
- Hipersensibilidade ao ambiente: Silicea é extremamente sensível a ruídos, vozes e estímulos externos. A menor perturbação pode causar sustos, especialmente à noite, durante o sono ou ao ser tocada. Essa hipersensibilidade também se manifesta como uma reação exagerada a eventos e uma necessidade de evitar interações sociais intensas. Silicea tem muito medo de aparecer em público e de ser julgada.
- Ansiedade e medos específicos: Silicea tem medo da escuridão, de ladrões, tempestades e de fracassar(um keynote!). Esses medos frequentemente emergem durante o despertar ou à noite, acompanhados de inquietude e sensação de incapacidade.
- Depressão e tristeza profunda: Silicea experimenta estados de depressão nervosa, frequentemente associados à exaustão mental ou após longos períodos de trabalho em ambientes fechados. Esses estados incluem tristeza profunda, nostalgia e cansaço da vida. Esses episódios são agravados pela menstruação ou transpiração excessiva.
- Medo de realizar tarefas e perfeccionismo: a relutância de Silicea em realizar tarefas está enraizada em sua falta de confiança e medo de fracassar. Ela evita compromissos e atividades que exijam esforço mental ou emocional. Mesmo quando realiza uma tarefa com sucesso, a antecipação do fracasso frequentemente gera ansiedade e exaustão. Por outro lado pode ser extremamente dedicada às tarefas escolares ou ao trabalho, buscando ser perfeita em tudo. O perfeccionismo exagerado é outra questão importante na personalidade de Silicea. É extremamente conscienciosa e detalhista, mesmo em questões triviais. Possui escrúpulos exagerados, onde pequenos erros ou questões insignificantes podem gerar intensa culpa ou autocensura.
- Delírios e “estado dividido”: em estados mais avançados, Silicea pode desenvolver delírios, como acreditar estar em dois lugares ao mesmo tempo (está dividido; a divisão é outra temática chave em Silicea, com transtornos por términos de relacionamentos ou divórcio dos pais).
- Dificuldade de concentração: o trabalho mental prolongado leva a exaustão, aversão ao estudo e até confusão a ponto de cometer erros graves. Esses sintomas frequentemente pioram após o meio-dia, ao acordar ou após comer.
- Generalidades: Silicea destaca-se como um medicamento profundamente relacionado à supuração crônica, secreções purulentas e processos fistulosos. Promove a eliminação de corpos estranhos do organismo, como agulhas e espinhos, induzindo a formação de abscessos para expulsá-los. Agrava pelo frio, ar frio, correntes de ar, mudanças de tempo, lua nova e lua cheia, além de suores suprimidos, especialmente dos pés. Os sintomas melhoram com calor seco, calor da cama e do fogão. A falta de calor vital é marcante, tornando o indivíduo friorento e avesso ao ar livre. Silicea é indicada para quadros de emagrecimento progressivo, especialmente em crianças com constituição frágil ou raquítica.
- Durante o sono, Silicea pode falar, rir, chorar e até caminhar (sonambulismo), especialmente em períodos de lua cheia ou nova.
- Ossos: Silicea possui afinidade particular por cáries ósseas, periostites e osteomielite, especialmente nos ossos longos, como tíbia e fêmur. É o principal medicamento para abscessos ósseos, com fístulas eliminando pus e sequestros ósseos. As dores ósseas são intensas, pulsáteis e pioram à noite. Exostoses, fraturas de consolidação lenta, osteomalácia e desvios vertebrais também estão sob sua esfera de ação. Suores noturnos intensos e febres associadas a condições ósseas reforçam sua indicação.
- Pele: a pele de Silicea é sensível e propensa à supuração, com feridas que demoram a cicatrizar. Ulcerações profundas, carbúnculos e abscessos crônicos são comuns, com secreções fétidas ou corrosivas. Verrugas, queloides, ulcerações malignas e cicatrizes que reabrem ou supuram destacam-se no quadro. A pele, frequentemente fria, apresenta prurido e sensibilidade exacerbada à coceira..
- Cabeça: a cabeça em Silicea é caracterizada por fontanelas abertas e grandes em crianças raquíticas, com suor ácido noturno na cabeça. Cefaleias crônicas são intensas, pulsáteis ou como se algo pressionasse para fora do crânio. A dor geralmente começa na nuca, irradia para o vértice e fixa-se em um olho, piorando pelo frio, luz, ruídos e esforços mentais, mas melhorando ao agasalhar a cabeça ou com compressas quentes. Queda de cabelo precoce e calvície em pessoas jovens também são sintomas marcantes.
- Constipação: a constipação é um dos sintomas mais característicos de Silicea. As fezes são duras, grandes, nodosas e evacuadas com grande esforço, frequentemente retrocedendo por falta de força para expeli-las. A constipação é agravada antes e durante a menstruação ou pela inatividade retal. Diarreia também pode ocorrer, especialmente em crianças durante a dentição ou após a vacinação, com fezes extremamente fétidas e aquosas. Hemorroidas dolorosas, fissuras anais e fístulas retais completam o quadro.
- Face: o nariz pode ter cáries ósseas dolorosas. Também apresenta sinusites crônicas e secreções nasais purulentas, amareladas e fétidas. Obstrução nasal persistente é comum, especialmente à noite. Sinusites frontais com dor intensa na testa e raízes nasais também são frequentemente observadas, agravadas por exposição ao frio ou ao ar livre. Os olhos também podem ser acometidos por secreções purulentas, com lacrimejamento ardente e fístulas lacrimais. Terçóis recorrentes e endurecidos, calázios e inflamações oculares são características importantes.
- Alimentos e Bebidas: os desejos alimentares de Silicea incluem leite frio, pão e alimentos gelados, enquanto há aversão a alimentos quentes, leite (especialmente materno), carne e salgados. O leite frequentemente causa vômitos ou desconforto gástrico, com piora pela manhã. Esses padrões alimentares são fundamentais na identificação do medicamento, reforçando sua indicação em casos de intolerâncias específicas.
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